segunda-feira, 24 de junho de 2013

"L'Univers de Gir"


Capa. N. C.: Jean Giraud se inspirou no visual do ator
Martin Cove para fazer esse desenho de Blueberry.

Página de guarda. N. C.: Desenho western, originalmente a cores, feito por Jean Giraud em 1971.

AGRADECIMENTOS:

Jean-Michel Charlier - Senha - Aedena - Dargaud - Michel Gillet - Alain David - Geoff Darrow - Liberatore - Colin Wilson - Gérard Bouysse - Guy Delcourt - Michel Rouge - Thierry Smoldoren - Bruno Lecigne - Claude Moliterni - Jean Annestay - Cadelo.


Página 5. N. C.: Jean Giraud, aliás, Gir.


Foi de uma maneira muito singular que, de Jean Giraud a Gir, de Gir a Mœbius, se estabelecem as relações que, a serviço de uma mesma técnica gráfica, unem os universos mentais de uma riqueza surpreendente e paradoxal.

(...)

Mais que um estilo propriamente dito, foi justamente essa pluralidade de estilos, que reenvia aos pseudônimos, que funde uma obra eclética e, portanto, reconhecível, a exemplo das figuras do Tenente Blueberry ou aquela do Major Grubert.

(...)

Jack Lang.

N. C.: 1) Trechos do prefácio escrito por Jack Lang. 2) Os pseudônimos de Jean Giraud são dois: Gir e Mœbius. 3) O Major Grubert é um personagem criado juntamente com "A Garagem Hermética".



Página 6. Mœbius “Autoportrait”. © Aedena. N. C.: Autorretrato de Mœbius.


JEAN GIRAUD
(BIOGRAFIA)

De "Coeurs Vaillants" a "Pilote"
Blueberry e Moebius
De "Métal Hurlant" ao cinema
Jean Gir
De um Mœbius a outro


Página 12. Gir "Blueberry, McClure e Red Neck", Portfolio Gentiane, 1983.


O CICLO DE FORTE NAVAJO.

Forte Navajo”, “Tempestade no Oeste”, “A Águia Solitária”, “O Cavaleiro Perdido” e “A Pista dos Navajos”.

1962.
"La route de Coronado" - "Jerry Spring" em "Spirou". Desenhos a lápis de Jijé e arte-final de Giraud.
Joseph Gillain participará de “Blueberry” mais tarde, notadamente em "O Cavaleiro Perdido", quando Jean Giraud estava na América.

1963.
"Blueberry" aparece, em "Pilote", com roteiro de Jean-Michel Charlier. O modelo físico era Belmondo, símbolo então de uma geração.

Eixo em torno das guerras indígenas, Blueberry tenta restabelecer a paz entre as tribos Navajos e os militares de Forte Navajo onde ele era tenente. Em "O Cavaleiro Perdido" aparece Mac Clure, velho beberrão, simpático companheiro de Blueberry. Com "A Pista dos Navajos", Giraud começará a mostrar a força de seu senso de espaço.


O CICLO DO CAVALO DE FERRO.

“O Cavalo de Ferro”, “O Homem do Punho de Aço”, “A Pista dos Sioux” e “O General Cabeça Amarela”.


Página 14. Prancha 1 de "Général Tête Jaune", 1968,
inédito em álbum. Charlier, Giraud, Dargaud Éditeur.

Precedido por "O Homem da Estrela de Prata", um álbum de transição com o ciclo de Forte Navajo e cuja história é um "remake HQ" de "Rio Bravo" (N.C.: “Onde Começa o Inferno”, no Brasil), o ciclo do Cavalo de Ferro conta o massacre dos Sioux pelo General Allister (espécie de Custer).

A chegada de Red Neck, que irá juntar à dupla Blueberry-Mac Clure. O estilo de Giraud se coloca definitivamente no lugar com sua precisão nos detalhes, sua capacidade de colocar bolhas enormes em quadrinhos minúsculos sem prejudicar o equilíbrio da imagem, sua arte de sugerir uma multidão em redução.


O CICLO DA MINA DE OURO.

"A Mina do Alemão Perdido” e “O Espectro das Balas de Ouro”.


Página 15. N. C.: “Le Spectre aux balles d’or”, Jean-Michel 
Charlier e Jean Giraud, 1972, prancha 22A, quadrinho 5;
“O Espectro das Balas de Ouro” foi publicado em cores.

Episódio de transição mais que ciclo, esses dois álbuns assinalam-se como o máximo da saga de Blueberry aos olhos de muitos leitores. O western se forra de uma atmosfera fantástica e Giraud desenvolve seu trabalho sobre a matéria através da decoração roída da Mesa e os truques dos velhotes que marcam essa aventura. O jogo dos escuros e dos claros é dos mais impactantes.


O CICLO DO TESOURO (Primeira Parte).

“Chihuahua Pearl”, “O Homem que Valia 500.000 Dólares”, “Balada por um Caixão”, “O Fora da Lei” e “Angel Face”.

Página 16. N. C.: Três quartos da página 25 do álbum “Angel Face”, lançado a cores em 1975.

Na busca do tesouro sulista, Blueberry se encontrará como o joguete de um complô que o conduzirá a ser tomado como o assassino do Presidente dos Estados Unidos e procurado como fora da lei. Blueberry, lançado ao exílio da sociedade, tomará os traços do anti-herói miserável abatido pelo destino. A primeira parte do ciclo terminará de maneira misteriosa, Blueberry desaparece, pode ser que esteja morto.

O ciclo foi escandalizado pela presença de Chihuahua Pearl cujos traços são próximos àqueles de Claudine Giraud - a identificação Gir-Blueberry se desenvolve com a apropriação cada vez mais forte do personagem pelo desenhista. O último volume assinala-se pela fusão dos estilos Gir e Mœbius em determinadas pranchas.

N. C.: Na época, Claudine Giraud era a esposa de Jean Giraud, depois ele se casou com Isabelle Champeval.


O CICLO DA JUVENTUDE DE BLUEBERRY.

A Juventude de Blueberry”, “Um Ianque Chamado Blueberry” e “Cavaleiro Azul”.


Composto por histórias breves de 15-16 páginas e desenhadas originalmente para uma coleção de bolso, esses episódios contam as origens de Blueberry, filho de sulistas, sua passagem entre os nortistas, a Guerra de Secessão e o período que precede o ciclo de Forte Navajo. O desenho é bastante rápido e renovado, frequentemente no limite do rascunho. No mesmo espírito e com um resultado mais satisfatório, Giraud realizou também um western muito ativo e bem conduzido (sempre com roteiro de Charlier) "As aventuras de Jim Cutlass", nas quais se encontram as bases do Gir despojado da segunda parte do Ciclo do Tesouro.

A observar que os episódios de "A Juventude de Blueberry" são hoje prosseguidos por Colin Wilson e Charlier em uma série de álbuns paralelos a esses realizados pela dupla Gir-Charlier.

N. C.: Colin Wilson desenhou seis álbuns da série “A Juventude de Blueberry” - três com roteiros de Charlier e três de Corteggiani. Os autores atuais são François Corteggiani e Michel Blanc-Dumont, que já realizaram onze álbuns, estando o volume 21 em preparação.


O CICLO DO TESOURO (Segunda Parte).

“Nariz Partido”, “A Longa Marcha”, “A Tribo Fantasma”, “A Última Cartada” e “O Fim da Pista”.


Página 18. "Nez Cassé", Charlier, Giraud, 
Dargaud Éditeur. N. C.: "Nariz Partido", 
prancha 21, quadrinho 4, 1980.

Sua cabeça colocada a prêmio e perseguido por todos, Blueberry reúne os índios Navajos e acompanha o êxodo deles, o ciclo se conclui por sua reabilitação revestida de sua vingança. "Nariz Partido" assinala-se por seu estilo muito polido e preciso que Giraud abandonará em outros álbuns. "Se eu persistisse nesse sentido, eu não teria mais que gravar sobre bronze os volumes seguintes." declara Giraud. Notamos uma tentativa infeliz de suprimir os contrastes claro e escuro em "A Última Cartada", magistralmente recuperados no final do ciclo, "O Fim da Pista".

N. C.: Após esse ciclo, foram lançados o fora de ciclo “Arizona Love”, o Ciclo OK Corral (“Mister Blueberry”, “Sombras sobre Tombstone”, “Gerônimo, o Apache”, “OK Corral” e “Dust”, com roteiros desenhos de Jean Giraud) e a série ciclo “Marshal Blueberry” (“Sob Ordem de Washington”, “Missão Sherman”, com roteiros de Giraud e desenhos de William Vance, e “Fronteira Sangrenta” com roteiro de Giraud e desenhos de Michel Rouge).



Página 19. © Dargaud Éditeur Paris 1974 Charlier, Giraud.


Página 20. A evolução de Blueberry após 
sua criação. Giraud, Dargaud Éditeur.



Página 21. N. C.: Retrato de J.-M. 
Charlier por Gir. © Aedena, 1986.

JEAN-MICHEL CHARLIER
ROTEIRISTA DE BLUEBERRY


J.-M. Charlier
Entrevista de Guy Delcourt


Página 23. N. C.: "Chihuahua Pearl", prancha 1, quadrinho 3, Jean-Michel Charlier, Jean Giraud, Dargaud Éditeur, 1973.


Página 24.  N. C.: Tsi-Na-Pah (Nariz Partido, apelido dado a Blueberry pelos índios) se prepara para capturar uma águia e tirar as suas penas para o enxoval de casamento de Chini, filha de Cochise, com ele. "Nez Cassé", Charlier e Giraud, 1980, quadrinho inédito no álbum.


HOMENAGENS



Página 26. Charlier - Gir "Le Spectre aux Balles d'Or" © Dargaud Éditeur 


BLUEBERRY VISTO POR A. JODOROWSK
N. C.: Alejandro Jodorowsky é o roteirista da série "O Incal", desenhada por Mœbius.



Página 27. Charlier - Gir "Le Spectre aux Balles d'Or" © Dargaud Éditeur 


CONVERSA SOBRE A LONGA MARCHA DE JEAN GIRAUD
Michel Rouge
Colin Wilson
N. C.: Depoimentos, individuais, de Michel Rouge e de Colin Wilson.

JEAN GIRAUD INTERROGADO POR JEFF DARROW


PORTFÓLIO

N. C.: 1) "O Último Retrato de Blueberry", ilustração, em preto e branco, de Liberatore. 2) Vários desenhos, em preto e branco e a cores, de Giraud. 3) Depoimentos de Jean Annestay, e de Jean Giraud.


Página 36. N. C.: O Tenente Blueberry e índios, desenho de 
Jean Giraud, publicado em "Pilote" nº 305, 26 de agosto de 1965.


N. C. : Página 37:

Eu sempre tive dificuldade em fazer BLUEBERRY. Isso demanda uma disciplina gráfica extraordinária. É muito mais difícil que fazer MŒBIUS.
É a mesma diferença que há entre pintar um quadro de DELACROIX e um de PICASSO. Um DELACROIX demanda que se atravesse um universo de tecnicidade, de conhecimento de material absolutamente extravagante; um PICASSO requer “somente” atravessar um universo mental de estruturas, de olhares sobre o mundo, etc. É mais delicado, mas o suficiente de ser em um tipo de energia através de discussões, uma reação às informações que veem do mundo. É uma forma de atividade que pode se acomodar não importa qual situação na vida, sobretudo se se tem um mental muito forte...
Mas fazer DELACROIX, se não se está bem, se se ficou vários meses sem desenhar com essa técnica, é extremamente árduo. Isso necessita de ter em permanência certos pormenores como em uma arte marcial, a dança ou o piano; é necessário treinar todos os dias, todos os dias...
Jean GIRAUD


N. C.: Desenho da página de rosto de “Fort Navajo”, volume 1 
da série “Blueberry”, Dargaud Éditeur, 1965. No álbum, essa 
ilustração, do Tenente Blueberry e índios, foi publicada em cores.


Página 38. N. C.: Blueberry. Desenho de Jean Giraud.


Página 39. N. C.:  Little Bear e Shield, dois irmãos de
Little Raven, Arapaho, 1867, desenho de Jean Giraud.


Páginas 40 e 41. Fonte: Pedro Morais, Coimbra, Portugal.


Página 41. N. C.:  Parte da ilustração de Gir em página dupla (40 e 41).


Página 42. N. C.: Ilustração de Gir publicada na capa de "Pilote" nº 
497 e, em "L'Univers de Gir", acima do depoimento de Javier Coma.


Na saga de BLUEBERRY, à maneira dos cavalos no deserto imenso, a narrativa galopa, brilhante de suor, o corpo potente e o espírito, totalmente inteiro, concentrados nas vicissitudes da história. O dinamismo de GIRAUD e a imaginação de MŒBIUS, personalidades indissolúveis de um mesmo grande artista, cavalgando eles também rumo a horizontes que o passado procura em vão destruir.
Javier COMA


Página 43. N. C.: Blueberry e Jimmy McClure, desenho de Jean Giraud.


Página 44. N. C.: Ilustração, originalmente em cores, de Jean Giraud,
 inspirada na pintura The Cavalry Charge (A Carga da Cavalaria) de Frederic 
Remington, 1907, e publicada na capa de “Cavalier bleu” (“Cavaleiro Azul”),
 1979, volume 3 de "La Jeunesse de Blueberry" (“A Juventude de Blueberry”).


Página 45. N. C.: Ilustração, originalmente em cores, de 
Jean Giraud, publicada na capa de "Pilote" Nº 313, de 21 
de outubro de 1965, na estreia de "La Piste des Navajos".


Página 46. N. C.: Desenho, de Jean Giraud, publicado na 
capa da revista “Pilote” Nº 427, de 28 de dezembro de 1967.


Página 47. N. C.: Ilustração, de Jean Giraud, publicada 
na capa do álbum “Nez Cassé” (“Nariz Partido”), 1980.


Página 48. N. C.: Ilustração, de Jean Giraud, publicada na 
capa do álbum "Le Hors-la-loi" ("O Fora da Lei"), 1974.


Página 49. N. C.: Ilustração, de Jean Giraud, publicada na capa do 
livro "La Fleur du desert" de Herbert Harker, editora Gallimard, 1976.


                               Página 50. N. C.: Blueberry Shazam. Desenho de 1973, ano que 
                             "Blueberry" recebeu o prêmio Shazam de melhor série estrangeira.


Página 51. N. C.: Blueberry inspirado no ator Ralph Taeger em “Hondo and 
the Apaches” (“Hondo e os Apaches”), filme, de 1967, dirigido por Lee H. Ratzin.


Página 52. N. C.: Mike Blueberry, cercado por um xerife e seus delegados – desenho de Jean Giraud.


Página 53. N. C.: Mike Blueberry, Jimmy McClure e Red Neck; o livro, na cadeira vazia, 
é uma Bíblia, cuja, supostamente, pertence ao homem que conversa com o militar. 
Desenho, de Jean Giraud, publicado acima do depoimento de Numa Sadoul.

"BLUEBERRY”, é antes de tudo uma forma que salta aos olhos, uma performance visual. Desenho soberbo, amplo, potente, cores com frequência notavelmente expressivas, colocado em página supercinematográfica, ao corte denso, rico em “tomada de vista” que são choque... O leitor é primeiramente conquistado pelas imagens. Somente em seguida, ele penetrará na aventura que se conta.
Numa SADOUL


Página 54. N. C.: Ilustração de Red Neck e Blueberry, feita por 
Jean Giraud, publicada acima do depoimento de Joseph Gillain.

“Lettre” de 15/09/1975 - Joseph Gillain.


Página 55. N. C.: Ilustração, de Jean Giraud, para a 
capa de "La Jeunesse de Blueberry" nº 1, 1975.


N. C. : Página 57:





   MŒBIUS NO
   UNIVERSO DE GIR




Como coexistem em um mesmo corpo GIR e MŒBIUS?

Um dia, eu compreendi que se ofereciam a mim duas possibilidades. Aquela de BLUEBERRY que se relaciona à tradição do comics e da história de aventura e aquela de MŒBIUS que é, ao contrário, menos convencional.
Ela pode se aproximar graficamente do trabalho dos gravuristas do século XIX, dos mestres flamengos, mas sua temática tem suas fontes na literatura fantástica e da ficção científica que o foi o essencial de minhas leituras durante trinta anos.
Jean GIRAUD









N. C. : Página 58:




N. C. : Página 59:



N. C.: Os desenhos das páginas 57, 58 e 59 foram publicados no livro “Voix Indiennes – Le message des Indiens d’Amérique au monde occidental”, apresentado por Jean-François Graugnard, B. Chapuis, Moebius, Varela, lançado em 1979 por Les Formes du Secret. Fonte: Pedro Morais, Coimbra, Portugal.


Página 60. N. C.: Blueberry no Grand Canyon, desenho de Jean Giraud.


ANÁLISES

BLUEBERRY
Os Sobressaltos do Western Clássico
Bruno Lecigne & Jean-Pierre Tamine  


Página 63. N. C.: Prancha 39, quadrinho 1 de "L'Homme qui
valait 500.000 $", Charlier, Giraud, Dargaud Éditeur, 1973.
O casamento, fracassado, do Governador Lopez com Pearl.


Página 66. "Hommage à Jijé". N. C.: Homenagem a Jijé: Blueberry 
contempla o retrato de Jerry Spring e Pancho, personagens 
criados pelo autor belga. Giraud assinou Jean Gir no desenho.


GIRAUD, OU COMO SE RETORNAR SOBRE SI MESMO PARA SE TORNAR MŒBIUS.
Thierry Smolderen


Página 70. "La Piste des Navajos", Charlier, 
Giraud, Dargaud Éditeur. N. C.:  Prancha 29, 
quadrinhos 1, 2 e 3 de "A Pista dos Navajos".


Página 71. "La Piste des Navajos", 
Charlier, Giraud, Dargaud Éditeur. 
N. C.:  Prancha 29,quadrinho 
4, "A Pista dos Navajos".

Página 71. "La Piste des Navajos", 
Charlier,Giraud, Dargaud Éditeur. 
N.C.:  Prancha 29, quadrinho 
5, "A Pista dos Navajos".


Página 74. "Angel Face", Charlier, Giraud, Dargaud Éditeur.  N. C.:  Prancha 44, quadrinhos 4 a 11.


CINEMA

Página 76. Mœbius – Ilustração para o cartaz do filme “Le Trace” - © Aedena


JEAN GIRAUD E O CINEMA
De Blueberry a "Blue" Berry
Guy Delcourt


Página 78. N. C.:  "L'Homme qui valait 500.000 dollars", Jean-Michel Charlier 
e Jean Giraud, 1973, prancha 42B, quadrinho 2; "O Homem que Valia 
500.000 Dólares", volume 14 de "Blueberry", foi publicado em cores.


Página 79. N. C.: 1) “Les Grands Espaces” (“Os Grandes Espaços”), de 
Jean Giraud. 2) Um quarto da capa de “Pilote” Nº 531, de 08/01/1970, 
para anunciar o lançamento, na semana seguinte, da estreia de 
“Le Spectre aux balles d’or” (“O Espectro das Balas de Ouro”) – 
fonte:jmcharlier.com 3) Na revista, a ilustração foi publicada invertida.


Página 80. "La Mine de l'Allemand Perdu", Charlier, Giraud, 
Dargaud Éditeur, 1972. N.C.: Prancha 45, quadrinho 10, 
Cole "Crazy" Timbley e Wally Blount, os caçadores de 
recompensas, são derrotados por Mike Blueberry.


Página 80. "Chihuahua Pearl", Charlier, Giraud, Dargaud Éditeur. N. C.: Prancha 31, 
quadrinho 4 - em "L'Univers de Gir" foi publicado o quadrinho da edição francesa, 
de 1973, no blog Blueberry, aquele da edição americana, de 1989.


Página 84. "Le Dernier Visage de Blueberry", serigrafia. N. C.: Desenho de 
Blueberry inspirado, por Jean Giraud, no ator Charlton Heston em "Will 
Penny" ("E o Bravo Ficou Só"), 1968, filme dirigido por Tom Gries.


Página 87. N. C.: "Le Spectre aux balles d'or" ("O Espectro das 
Balas de Ouro"),  prancha 38, quadrinho 3, Charlier e Giraud.


APÊNDICE

GIR Humorístico ou os primeiros passos de MŒBIUS

N. C.: Histórias curtas, em preto e branco, de Gir e de Mœbius.



Página 94. N. C.: Blueberry, desenho de Jean Giraud.


© DARGAUD ÉDITEUR 1986
Todos os direitos de tradução, de reprodução e de adaptação estritamente
reservados para todos os países.
Depósito legal: Maio de 1986
Impresso na França em maio de 1986
Printed in France



Contracapa. N. C.: Mike Blueberry por Jean Giraud.


Ficha técnica

L'Univers de Gir
(“O Universo de Gir”)
Collection L’Univers de...
(Coleção “O Universo de...”)
Capa: Jean Giraud.
Ilustrações: em cores e em preto e branco.
Ano de lançamento: 1986.
Número de páginas: 96.
Gênero: Documentário / Biografia, Western.
Formato: 26,1x36,8 cm.
Público: Adolescente e adulto - a partir de 12 anos.
A série "Blueberry" foi criada por Jean-Michel Charlier e Jean Giraud.
Dargaud Éditeur, Paris, França.


N. C.: 1) Na mesma coleção: “L’Univers de Pratt”, “L’Univers de Blanc-Dumont”. 2) Hugo Pratt, Michel Blanc-Dumont.

L’Univers de Gir © Jean-Michel Charlier, Jean Giraud, Dargaud Éditeur 1986


Fontes das imagens: Bedetheque: capa e contracapa; jmcharlier.com: páginas 5 (fotografia de Jean Giraud) e 14; Orano Factory: páginas 12, 16, 19, 20, 38, 43, 44, 46, 47, 48, 51, 53, 54, 74, 76, 84, 87 e 94; Blueberry-soundarss: página 21; Comic Art Fans: página 23; Mister Jacq: páginas 39 e 66; Passions-collections: página 42; Vaillant Pif Gadget: página 45; The Airtig Garage: páginas 24, 55, 63 e 79 (“Les Grands Espaces”); BDtrash: páginas 70 e 71A; Norman-rockwell-france: página 71B; Comic-historietas: página 80; Afrânio Braga: parte de sua BBteca.



"L'Univers de Gir, o primeiro livro, da esquerda para a direita, em parte de minha BBteca.

Em mais de 40 anos, “Blueberry” é um laboratório gráfico no gênero western, totalmente dirigido a um grande público, pela força de Jean Giraud com a multiplicação das suas experiências gráficas. Enquanto Giraud realizava o espetacular Ciclo OK Corral, o rei do pôquer descansava na célebre vila mineira de Tombstone. O Tenente mais famoso do Oeste já nos proporcionou momentos divertidos, emocionantes, intrigantes e belos em suas envolventes histórias.

“Blueberry” passou pela influência de Jijé até a transformação de Jean Giraud em Gir e desse em Mœbius. Durante o processo, a maravilhosa série apresentou um “remake” de "Rio Bravo" (“Onde Começa o Inferno”); a competição da construção da estrada de ferro unindo Leste e Oeste; as guerras indígenas; a participação de George Custer (tipificado pelo General Allister, chamado pelos índios de “Cabeça Amarela”); a Longa Marcha dos Apaches; a cruel realidade do Oeste revelada pelos escalpos retirados de crianças, mulheres e velhos índios; Virgil Earp, o "limpador" de Dodge City e Tombstone; os fumarentos saloons; a prepotência de oficiais do Exército; a morte de Cochise; os problemas dos mestiços no mundo dos brancos; mulheres bonitas e corajosas; a vida cotidiana no México; assassinos e covardes; magníficos fortes de cinema; a realidade das carnificinas dos militares; Wyatt Earp e Doc Holliday; e, como vemos na capa de "L’univers de Gir", Blueberry e um bom companheiro do homem da Fronteira, o cavalo, e ao fundo a natureza hostil do causticante deserto.

A Guerra de Secessão, a primeira guerra moderna, é retratada no ciclo e série "La Jeunesse de Blueberry" ("A Juventude de Blueberry"), em cujo são contadas as origens do Tenente Blueberry. O cerco de Atlanta (19/07 a 26/08/1864) e alguns personagens reais como General William  T. Sherman, General John-Bell Hood, Archie Clément, Allan Pinkerton, Senador  Jimmy Lane, General Dodge e William C. Quantril participam de "A Juventude de Blueberry".



Página 24. N. C.: Em “L’Univers de Gir”, esse quadrinho foi publicado invertido 
sem o balão; em "Nez Cassé" (“Nariz Partido”), ele não foi publicado e 
cena definitiva mostra Blueberry, sentado, de costas para o leitor.


O formato grande do livro favorece a exibição de estupendas imagens. Na mesma coleção, na época, "L'univers de Pratt" e "L'univers de Blanc-Dumont": Hugo Pratt, um dos maiores dos “fumetti” italianos e Michel Blanc-Dumont, atual desenhista de "A Juventude de Blueberry" e criador de "Jonathan Cartland" (roteiros de Laurence Harlè). A série Blueberry expõe o amor de Jean Giraud pela arte sequencial, pelo personagem e, principalmente, pelo sonho - dele e de milhões de aficionados das histórias em quadrinhos.

Poeira, penas, armas, rochas, trilhos, neve, aldeias, perspectivas, micro-hachuras e pontos, caricaturas, cores, ângulos de visão cinematográfica, cobiça, o clássico conselho dos chefes peles-vermelhas, suspense com o tradicional "fim do episódio", cenas oníricas, conversas filosóficas, chuva, a filha do coronel, alusão aos filmes de John Ford, a crueldade do homem branco, caçadores de índios, o militar sem honra, enquadramentos dignos de Sergio Leone. “Blueberry” é a Hollywood de papel.

Afrânio Braga